O amor
é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz
Eugénio de Andrade
No dia 25 de fevereiro fomos ao teatro vera peça “Quase nada” O professor José Palma, a mulher e o Ruben foram buscar os dois surdos.Esperei 20 minutos, quando eles chegaram a Quarteira para buscar a mim e a seguir o Vero.E partimos para Portimão, foi mesmo longe.Chegamos a Portimão e andamos a procurar o teatro porque não sabíamos onde é.Continuamos a procurar e encontramos a Alexia que andava na rua porque ela ia fazer o teatro e eu dei um beijinho nela e fiquei cheio de saudade.Encontramos o teatro e esperamos pelos outros surdos.Finalmente, a Patrícia e Adriana chegaram e dei-lhes um beijinho e às outras também.Todos os surdos e ouvintes começaram a ver o teatro.Vi o gestual dos poemas, foi muito giro. A Alexandra andava a tocar o bombo e outros instrumentos,eu ouvi, o som estava muito alto. Gostei mesmo de ouvir.Este teatro parecia apaixonado e a historia era triste.
Vi a Alexandra andar feliz e orgulhosa por cause do que fez no teatro. Ela gosta muito do teatro. Quando acabou o teatro e eu fiquei espantado, foi mesmo maravilhoso, gostei muito de ver, mas pensava que não ia gostar.
Para mim acho que o teatro foi 100% .
C. Daniel
"Quase Nada" é o nome da peça de teatro feita a partir de poemas de Eugénio de Andrade que estreia esta sexta-feira (21h30), no Porto, e, concreto no Teatro do Campo Alegre.
A particularidade é que a maior parte dos actores são surdos, mas o espetáculo é para todos.
Resulta de uma coprodução entre a PELE, uma associação de intervenção social através da cultura, a Associação de Surdos do Porto e o Serviço Educativo da Casa da Música e o da Fundação Ciência e Desenvolvimento.
Do projecto faz ainda parte o lançamento do livro "Eram Umas Quantas Vezes – Registo de um Processo", referente ao anterior Projecto Teatral com Surdos.
Ficha:Direção Artística: João Pedro Correia
Assistência Direção: Rosário Costa
Apoio de Português em Língua Gestual Portuguesa: Isabel Amaral
Direção Musical: António Serginho
Interpretação: Diana Silva, Eva Fernandes, Hugo Freitas, Joana Silveira, Mélissa Silva, Pedro Frias, Ricardo Cottin, Sofia Gomes, Sofia Quintas, Tatiana Viana
Cenografia: Ana Gormicho e Daniel Teixeira
Figurinos: PELE
Desenho e Operação Luz: Pedro Cabral
Registo Imagem: César Pedro
Imagem Gráfica: Nuno Patrício
Produção Executiva: Joana Ventura
Produção: PELE
Coprodução: Associação de Surdos do Porto, Serviço Educativo da Casa da Música, Serviço Educativo da Fundação Ciência e Desenvolvimento da Câmara Municipal do Porto.
Projeto financiado pela Secretaria de Estado da Cultura / DGArtes (Direção-Geral das Artes).